quinta-feira, 19 de maio de 2011

Homenagem ao Dia do Trabalhador

 A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores. Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas. 

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano. 

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.

Na visão espírita o trabalho, porém é lei da Natureza mediante a qual o homem forja (fabrica) o próprio progresso desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os recursos de preservação da vida, por meio da satisfação das suas necessidades imediatas na comunidade social onde vive.

Encontramos em "O Livro dos Espíritos", na Parte Terceira, no capítulo terceiro, que trata especificamente da Lei do Trabalho, dentro do subtítulo a "Necessidade do Trabalho", na questão 674, a indagação se é o trabalho lei da Natureza, a que a espiritualidade responde: “O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos."

E Kardec continua a indagar na questão 676 : Por que o trabalho é imposto ao homem? Responde a espiritualidade: “É uma consequência de sua natureza corporal. É uma expiação e ao mesmo tempo um meio de aperfeiçoar sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria na infância da inteligência; por isso deve seu sustento, segurança e bem-estar apenas ao seu trabalho e à sua atividade. Àquele que tem o corpo muito fraco, Deus deu a inteligência como compensação; mas é sempre um trabalho.”

O trabalho sempre fez parte da vida dos seres humanos. Foi através dele que as civilizações conseguiram se desenvolver e alcançar o nível atual. O trabalho gera conhecimentos, riquezas materiais, satisfação pessoal e desenvolvimento econômico. Por isso ele é e sempre foi muito valorizado em todas as sociedades.

Segundo o dicionário, é a “aplicação da atividade física e intelectual, serviço, esforço, fadiga, ocupação”. Ah, como seria bom poder retirar, não só do dicionário, mas da prática do cotidiano, a “fadiga”, porque na sociedade humana, igualitária e justa que se busca, o trabalho deverá ser “estar ocupado(a), contribuindo com seu esforço e sua atividade física ou intelectual”, mas sem cansaço, sem o desalento de saber que o retorno financeiro é desanimador, que o tempo despendido vai além do suportável, e a falta de respeito com o(a) trabalhador(a) é desesperadora.

O trabalho de cada um de nós está diretamente ligado à evolução, ao desenvolvimento da sociedade. O progresso depende de nós, trabalhadores e trabalhadoras  de todas as áreas, em todos os âmbitos.

Diante disso, Dia de Trabalho são todos os dias de nossa vida, pois sem ele não há como viver dignamente, como ser participante e atuante numa sociedade (pós-industrial ou pós-capitalista) onde se estabelece a todo instante novas maneiras de produzir, distribuir e consumir bens e serviços. 

E Kardec prossegue sua indagações na questão 678 : Nos mundos mais aperfeiçoados, o homem está sujeito à mesma necessidade de trabalho?
E a espiritualidade esclarece: “ A natureza do trabalho é relativa à natureza das necessidades. Quanto menos as necessidades são materiais, menos o trabalho é material; mas não deveis crer, por isso, que o homem fica inativo e inútil: a ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício.”

O trabalho é fundamental em todos os aspectos da vida. Faz com que o indivíduo seja parte do processo de crescimento da sociedade em que está inserido, assim como propicia o crescimento pessoal, tornando a pessoa plena em sua condição humana.


 O trabalho é a libertação do homem e da mulher. É a conquista da autonomia, da independência, da identidade, constituindo-se, assim, parte importantíssima da vida. Dessa forma, é necessário que ele seja o alicerce, a base de uma vida com qualidade. É preciso, sim, darmos nosso esforço, sermos responsáveis, mas em contrapartida, temos de sentir prazer e sermos respeitados no que fazemos.

Agora dentro do subtítulo a "Limite do trabalho. Repouso ", na questão 682,segue as indagações de Kardec: O repouso, sendo uma necessidade após o trabalho, não é também uma lei natural?

Prontamente respondido pela espiritualidade: “Sem dúvida. O repouso repara as forças do corpo e é também necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, para que se eleve acima da matéria.”

O fazer tem de nos trazer harmonia, alegria, tranquilidade, condições de satisfazermos nossas necessidades básicas de ser humano, para que sejam possíveis a realização individual e, consequentemente, a coletiva.

 “O trabalho dignifica o Homem”, diziam nossas avós. Será que tinham razão? Acredito que sim, mas com uma ressalva: o trabalho dignificará o Homem, se ele próprio for digno e isso somente será viável, se houver respeito a todos os direitos dos trabalhadores, os já conquistados e os muitos que ainda precisam ser pensados, discutidos, almejados e incorporados ao dia-a-dia, ou seja, precisamos estar conscientes de que somos todos protagonistas desse processo.
No trabalho, cumprindo as regras estabelecidas, tais como: ser pontual, honesto e correto em todas as atitudes, tanto em relação aos colegas de trabalho quanto ao uso adequado das ferramentas ao seu dispor, também é ser caridoso.

Na questão 685 Kardec prossegue indagando: Mas que recurso tem o idoso necessitado de trabalhar para viver, se já não pode

O forte deve trabalhar pelo fraco e, na falta da família, a sociedade deve tomar o seu lugar: é a lei da caridade. Não basta dizer ao homem que é seu dever trabalhar, é preciso ainda que aquele que tem de prover a existência com seu trabalho encontre com que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando a falta do trabalho se generaliza, toma proporções de um flagelo como a miséria. A ciência econômica procura o remédio no equilíbrio entre a produção e o consumo; mas esse equilíbrio, supondo-se que seja possível, não será contínuo, e nesses intervalos o trabalhador precisa viver. Há um elemento que não se costuma considerar, sem o qual a ciência econômica torna-se apenas uma teoria: é a educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral; não ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter, que dá os hábitos: porque educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando se pensa na massa de indivíduos lançados a cada dia na torrente da população, sem princípios nem freios e entregues aos próprios instintos, devem causar espanto as consequências desastrosas que resultam disso? Quando essa arte for conhecida e praticada, o homem trará hábitos de ordem e de previdência para si e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos angustiado os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que uma educação bem conduzida pode curar; aí está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos. “
A vida, em todas as suas circunstâncias, nos apresenta as oportunidades certas para praticarmos a caridade. Para sermos caridosos é preciso vencer o orgulho e o egoísmo, dois vícios contrários à caridade. A caridade exige boa vontade sempre, e isso depende da determinação de cada um. Respeitando os direitos dos semelhantes, já é um bom início para nos tornarmos, a cada dia, um pouco mais caridosos.

Com essa reflexão deixamos nossa homenagem a todos os trabalhadores e a todas as trabalhadoras, lembrando que unidos podemos (e/ou devemos?) lutar por nossos direitos e, um dia, quem sabe, em alto e bom tom, poderemos dizer, a uma só voz:

 Felizes somos nós trabalhadores por sermos parte de um grupo que conhece direitos e deveres e que luta por dias melhores para todos! 

Autoria: Rosana Santos

Se o leitor tem mais perguntas ou sugestões escreva 
para e-mail:  institutocarlosbernardo@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário