quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O que fazemos da doutrina dos Espíritos??



Vendo informações em alguns sites do exterior sobre o espiritismo percebo que por lá, tudo que tenho aprendido até hoje no espiritismo segue a mesma linha de sempre, a única que Kardec nos deixou. Parece que ao chegar nas terras tupiniquins é que a coisa muda. O brasileiro por educação está acostumado a receber tudo pronto, procura não pensar nos detalhes que fazem grandes diferenças na escolha do que acredita. Fácil perceber esta atuação nos brasileiros pela historia da nossa política. Políticos que hoje são suspeitos e até julgados por corrupção são, com o passar do tempo esquecidos e voltam à urna sendo novamente eleitos pelo eleitor. Puro esquecimento ou falta de conhecimento? Eu acredito que ambos. Temos a mania terrível de cruzar os braços e apenas reclamar. O mesmo acontece com a Doutrina dos Espíritos! Vemos casas e dirigentes espíritas em pleno conflito por razões pequenas, onde o estudo sério das obras básicas de Kardec e do grande mestre Jesus resolveria rapidamente todo e qualquer conflito que possa existir. Mas, como seres humanos que somos, ainda falíveis aos erros. Acabamos por alimentar o nosso ego e esquecemos do mais importante: Cumprir a responsabilidade que recebemos ao se dizer espírita.
Conflitos de opiniões são naturais e até leva ao crescimento.  Afinal todo espírita gosta de argumentar e não aceitar “verdades” prontas. Mas, deixar que o ego e o orgulho comandem é muito preocupante quando vemos alguns espíritas se deixando levar por este lado.
Há pouco tempo tive uma pequena divergência com um companheiro espírita. No meu caso achei que seria algo sem profundas repercussões, algo natural de quem vive em uma comunidade. Para mim, após ser dirimidas as dúvidas do momento, foi tudo esquecido ou pelo menos aceito as colocações de ambos os lados. Mas tive uma surpresa ao encontrar tal pessoa em um lugar publico e ela não me dirigir à palavra. Tentei cercá-la com o meu olhar e um sorriso para não cometer o erro de estar enganada em minhas especulações. Mas tal pessoa fugiu do meu olhar e da cortesia de me cumprimentar. Sinceramente fiquei chocada! Sei que devemos respeitar o ser humano e entender a suas limitações, mas para espíritas que somos, onde, com o conhecimento, sobre o que a continuação dos erros nos leva e sobre aprendizado que adquirimos nos Centros Espíritas que freqüentamos, onde sempre é frisado no estudo doutrinário a mudança moral do ser, tal atitude para mim ficou sem sentido.
Este momento me fez analisar o que nós espíritas hoje em dia fazemos desta doutrina que os espíritos nos trouxeram como fonte esclarecedora de vida e que junto ao mestre Jesus nos ensina o dever de mudanças morais para crescemos espiritualmente. O que adianta falamos aos outros sobre a importância moral se ainda, nós espíritas, nos deixemos levar por estes mesmos conflitos sem nada fazer para mudar??!!!  
Quem procura o conhecimento da doutrina sabe que a luta é diária e incessante. Vamos cair muitas e muitas vezes. Mais com a repetição das palavras, aliado ao estudo devemos pelo menos ter o dever se estarmos alertas, para não se deixar cair em armadilhas que a vida nos oferece. O orgulho é o resultado do ego que alimentamos e que acaba por nos cegar. Escondendo de nós mesmos os “tais” conceitos morais que irá nos fazer evoluir como espíritos que somos. Será que tudo que aprendemos cai no chão ao sairmos da casa espírita? É uma analise que devemos fazer diariamente, como um ato de sincera humildade a nós mesmos.
Muitas vezes procuramos os erros nos outros. No amigo que não aceitou o que falamos, na esposa que grita numa conversa banal, no colega de trabalho que reclama de tudo, mas em poucos ou talvez nenhum momento, somos nós próprios os analisados. Por isso fica aqui a pergunta para cada companheiro espírita que se dignificar a ler este artigo: Do que fazemos da doutrina dos espíritos?
De minha parte fica o aprendizado que deveria talvez ser eu a pessoa a falar com tal companheiro. Prometo a mim mesmo não deixar passar a oportunidade de desfazer um possível (?) mal-estar na próxima vez que o encontrar. Como eu mesmo falei o conhecimento vale pra todos. Por isso fica a lembrança do quê comentou Leon Denis, onde afirmou que: o Espiritismo será aquilo que dele os homens fizerem. Talvez seja o momento de cada um analisar em seu intimo sobre isso.
Vamos fazer do Espiritismo uma doutrina livre de igrejismos, misticismos, salvacionismos, missionarismos e superstições. Uma doutrina lúcida, capaz de iluminar o mundo, as consciências e os corações, ou seja a doutrina que foi codificada por Kardec, complemento dos ensinos do mestre Galileu, apenas isso!

Iara Brandão
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